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Dólar sobe e fecha a R$ 5,67, após queda no PIB e alta da inflação nos EUA; Ibovespa cai

A moeda norte-americana avançou 0,83%, cotada a R$ 5,6770. Já a bolsa caiu 0,02%, aos 135.067 pontos. Notas de dólar. Luisa Gonzalez/ Reuters O dólar interr...

Dólar sobe e fecha a R$ 5,67, após queda no PIB e alta da inflação nos EUA; Ibovespa cai
Dólar sobe e fecha a R$ 5,67, após queda no PIB e alta da inflação nos EUA; Ibovespa cai (Foto: Reprodução)

A moeda norte-americana avançou 0,83%, cotada a R$ 5,6770. Já a bolsa caiu 0,02%, aos 135.067 pontos. Notas de dólar. Luisa Gonzalez/ Reuters O dólar interrompeu a sequência de quedas dos últimos dias e encerrou a sessão desta quarta-feira (30) em alta, cotado a R$ 5,67. A valorização da moeda ocorreu devido à percepção de que os impactos das políticas tarifárias de Trump já começam a afetar a economia norte-americana. Nesta quarta-feira (30), por exemplo, novos dados econômicos indicaram uma queda do Produto Interno Bruto (PIB), além de uma desaceleração na criação de empregos e uma inflação ainda elevada no país. Os dados aumentaram a busca por ativos mais seguros, como o dólar, e trouxeram novas sinalizações sobre os efeitos do tarifaço — principalmente após a queda na confiança empresarial e do consumidor no último mês. Na onda negativa, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores brasileira, seguiu o pessimismo observado nos mercados acionários de Wall Street e também fechou em queda. No Brasil, os principais eventos econômicos desta quarta-feira foram as duas divulgações de dados de emprego. A taxa de desemprego ficou em 7% no primeiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve um aumento de 0,8 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior (6,2%), mas uma queda de 0,9 p.p. em comparação ao mesmo período de 2024 (7,9%). Foi a menor taxa de desocupação para um trimestre encerrado em março em toda a série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego informou nesta quarta-feira que a economia brasileira gerou 71,6 mil vagas formais de trabalho em março. O resultado representa uma queda de 71% em comparação ao mesmo período do ano passado. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar subiu 0,83%, aos R$ 5,6770. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,6874. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: recuo de 0,17% na semana; queda de 0,50% no mês; e perda de 8,13% no ano. Na véspera, a moeda americana engatou a 8ª queda consecutiva e fechou cotada a R$ 5,6305 (-0,31%), menor valor desde o salto após o tarifaço. a 📈Ibovespa O Ibovespa encerrou em queda de 0,02%, aos 135.067 pontos. Com o resultado, o índice acumulou: alta de 0,24% na semana; avanço de 3,69% no mês; e ganho de 12,29% no ano. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,06%, aos 135.093 pontos. O que está mexendo com os mercados? Os efeitos das tarifas já começaram a aparecer na economia norte-americana. Dados divulgados nesta quarta-feira (30) indicaram uma queda de 0,3% no PIB dos EUA no primeiro trimestre, contrariando a alta de 0,3% prevista pelos analistas para o período. O resultado foi prejudicado pela enxurrada de produtos importados no país, após as empresas aumentarem suas compras no exterior para evitar os custos mais altos das tarifas de Trump. Em comparação, a economia americana cresceu a uma taxa de 2,4% no quarto trimestre. Segundo o Departamento do Comércio dos EUA, o déficit comercial de bens atingiu um recorde histórico em março, com empresários antecipando as importações. Além disso, novos dados de inflação e emprego foram divulgados nesta quarta-feira. O índice de preços PCE, considerado o favorito do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para decisões sobre juros, subiu para 3,6% no período atual. Os dados foram divulgados pelo Departamento do Comércio dos EUA. No trimestre anterior, o indicador havia subido 2,4%. Considerando apenas o núcleo do PCE, que exclui preços de alimentos e energia, a alta foi de 3,5% no primeiro trimestre, comparado a 2,6% no trimestre anterior. Por fim, o Relatório Nacional de Emprego da ADP, que mostra a criação de vagas de emprego no setor privado dos EUA, desacelerou mais do que o esperado em abril. Foram criados 62 mil postos de trabalho neste mês, após um ganho de 147 mil em março. Economistas consultados pela Reuters previam a criação de 115 mil vagas de emprego, após um ganho de 155 mil relatado antes da revisão para março. Após a divulgação dos dados nesta quarta-feira, a moeda norte-americana começou a operar em alta, com investidores buscando ativos mais seguros, como o dólar, e as bolsas passaram a cair. Os três principais índices de Wall Street estavam em queda. No exterior, os mercados também repercutiam notícias vindas da China. Nesta quarta-feira, o presidente Xi Jinping pediu ações para se ajustar às mudanças no ambiente internacional, enquanto o país elabora planos econômicos para os próximos cinco anos, segundo a agência estatal Xinhua. "É importante ter uma visão prospectiva das mudanças no cenário internacional e seu impacto na China. (...) O país deve ajustar e otimizar sua estrutura econômica de acordo", disse Xi, sem citar Donald Trump ou as tarifas impostas pelos EUA. A China estabeleceu uma meta de crescimento de "cerca de 5%" para 2025, mas analistas acreditam que será cada vez mais difícil alcançar esse número devido à desaceleração da economia global, intensificada pelo tarifaço. Nesta quarta-feira, os índices de ações do país fecharam em baixa, pois dados mostraram que novos pedidos de exportação caíram devido às tarifas agressivas dos EUA. O índice CSI300 caiu 0,12%, enquanto o índice SSEC, em Xangai, fechou com queda de 0,23%. O principal deles é a atividade industrial da China, que contraiu ao menor ritmo em 16 meses em abril, refletindo o impacto da guerra comercial entre os EUA e a China. No entanto, investidores esperam que o resultado leve a um estímulo governamental mais forte. "Acreditamos que Pequim precisa tomar medidas mais ousadas. (...) Pequim permaneceu mais calma do que os mercados esperavam, mas o risco é um choque de demanda pior do que o esperado", afirma Lu Ting, economista-chefe do Nomura para a China, estimando que 2,2% do PIB chinês será diretamente afetado pelas tarifas.

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